Tendência de casa dormitório, com espaço privativo menor e serviços em áreas comuns segue firme no mercado
O apartamento compacto parece ter ganhado mesmo o título de queridinho do mercado imobiliário. É o conceito de ‘menos é mais'. O bom preço e o uso da residência praticamente como dormitório tem feito as incorporadoras investirem em espaços privativos cada vez menores. De 40 a 50 metros quadrados no passado, hoje chegam a ter 10 a 20 metros quadrados, quase um cômodo.
Apartamento compacto chama atenção no mercado mobiliário. (Foto: Shutterstock)
Segundo dados do Grupo ZAP, apartamentos lançados com até 30 m² mais do que dobraram o crescimento nos últimos 3 anos, em São Paulo. Os chamados studios (apartamentos com pequenas dimensões, sem divisórias entre quarto, sala e cozinha) tem se destacado.
Em 2017, essa tipologia representou 79% do total de apartamentos lançados com até 30 m². Já no ano passado, o volume se manteve: 71% do total lançado com até 30 m² foi do tipo studio.
A arquiteta Cátia Ferreira explica que as construtoras apostam em plantas bem resolvidas, com tudo à mão, sem perder o conforto. "É o conceito de hotelaria. Esses apartamentos atendem sobretudo a geração Y (nascidos entre a década de 1980 e o final da de 1990), do desapego, da busca pela funcionalidade e com postura de compartilhamento", diz.
Ela lembra que esses empreendimentos costumam ter áreas comuns com lavanderia compartilhada, academia, espaço gourmet e de trabalho.
(Foto: Shutterstock)
Para a arquiteta Giovanna Gogosz, os ambientes menores oferecem mais praticidade. "Muita gente que vai morar só não quer ter o trabalho de pensar no apartamento inteiro, em manutenção, limpeza. Um apartamento compacto acaba sendo mais prático. Acredito que esse seja o maior motivo para a escolha, principalmente para quem está no começo da vida ou no final. A pessoa divorciada, por exemplo".
Apartamento compacto
Gerente de marketing e inteligência de mercado da Nortis Incorporadora e Construtora, Rodolfo Dell Vale afirma que o apartamento compacto é uma aposta das incorporadoras para trazer diversidade aos perfis dos prédios e uma gama maior de clientes. "Para um projeto desses, levamos em consideração diversos aspectos, como questão sociodemográfica da região, mobilidade, preço do metro quadrado".
Diretor-geral da Benx Incorporadora, Luciano Amaral explica que a localização é um diferencial. Esse tipo de imóvel costuma estar próximo aos serviços, como transporte público - metrô e ônibus - e shoppings. "O perfil está mais voltado para pessoas solteiras e separadas", acrescenta.
(Foto: Shutterstock)